quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

melodias

Quero pôr o bonito numa caixa com chave de abrir de vez em quando e olhar. [...]
Adélia Prado, in: Manuscritos de Felipa

Hoje resolvi falar das confusões e confissões dos últimos dias.
Em verdade, o que mais pude reparar é que nem especialmente alegre ou triste se precisa estar.
Dias movimentados, movimentos autônomos do corpo.
Aos poucos me perco cantarolando músicas que expressam pura sentimentalidade.
Acabo por perceber o quanto essas tais músicas se encaixam no meu cotidiano.
Eis uma delas: "e pra cada pétala que o outono leva em vão, é a vida que abre portas e te muda a direção..."
Musicalidade pura, sintonia, melodia, letra.
São registros preciosos.
Ao se deparar com problemas que sempre acabam nos abatendo, deixando-nos tristes, acreditando que o pior só acontece com a gente e claro, sempre achando que a culpa é de outrem e não nossa... Perdemos-nos da realidade, da fé, da confiança e na crença sobre dias melhores.
Nem sempre é tão fácil acreditar que dias melhores virão sem dor, mas ele chegam, podem demorar, mas com certeza chegam.
É necessário acreditar que coisas que nos incomodam tanto, podem servir como aprendizado, um amadurecimento do corpo e da alma, para as próximas situações que a vida irá impor.
Da vida, o que se sabe, é que estamos sempre expostos a inúmeras surpresas... Elas, agradáveis ou não.
Então, ao vivenciar situações como essas, onde o inesperado aos poucos se torna tão comum aos nossos olhos, acredito que devemos verificar, analisar e sempre deixar-se levar pelos pequenos momentos, onde o inesperado pode sempre nos surpreender.


Ao som de “Years of solitude” de
Astor Piazzolla e Gerry Muiligan


Paz & Flores